A PRÁTICA DO KARATE
A PRÁTICA DO KARATE

Karatê é uma palavra japonesa que significa “mãos vazias”. Baseia-se em uma arte altamente científica, fazendo o mais eficaz uso de todas as partes do corpo para fins de auto-defesa. O grande objetivo do karatê é a perfeição do caráter, através de árduo treinamento e rigorosa disciplina da mente e do corpo.

Em Londrina, a prática desta modalidade esportiva vem melhorando a qualidade de vida de crianças e jovens com síndrome de Down. O projeto de extensão “Síndrome de Down – Arte e Vida em Movimento com o Karatê” teve início no ano de 1999, com a proposta de receber crianças com síndrome de Down nas instalações da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Desde então, as atividades realizadas atendem, no total, cerca de 110 alunos. O trabalho, idealizado pelo professor de educação física e especialista e em educação especial, Mário Molari, recebe alunos de diversas instituições de Londrina e região. A Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down (APS DOWN) foi primeira associação parceira ao projeto. Quando estabelecido o apoio, em 1999, cerca de 10 alunos, entre crianças, jovens e adultos participavam das atividades propostas. Atualmente, a APS DOWN conta com duas aulas práticas por semana, onde mais de 30 alunos praticam o Karatê, supervisionados por professores e estagiários do curso de educação física.

“O objetivo, além de melhorar a qualidade de vida dos alunos, é qualificar estagiários de educação física e mostrá-los outra realidade, e desenvolver atividades motoras necessárias aos down”, afirmou o coordenador do projeto.

O conteúdo das aulas é organizado sobre a plataforma de duas matérias do karatê: o kata e o kihon. Kata são exercícios formais que desenvolvem o corpo e a mente através de formas, modelos, desenhos, executados de maneira encadeada e pré determinada por linhas gráficas denominadas “embusem” e que seguem um ponto político e histórico de cada mestre, conforme o seu estilo. O kihon é o conjunto das técnicas que compõem o kata. Podem ser praticadas individualmente ou em conjunto. O kihon é a forma do movimento em si só, ou seja, são as bases, as defesas e os ataques. “No kata, os alunos fazem os movimentos e têm de voltar no mesmo lugar de onde começaram, tendo noção de espaço”, explicou Molari.

De acordo o professor, o karatê trouxe inúmeros benefícios aos alunos, como concentração, postura, trabalho em equipe, força muscular, melhoria de aspectos neuromotores, esquema corporal, velocidade de reação, noção de espaço e ritmo. “O esporte serve também como inclusão social. Por exemplo, os que praticam esporte vão melhor na escola principalmente nas aulas de educação física”, afirmou.

Os alunos têm ganhado mais agilidade, tempo de reação e no tempo de movimento junto aos exercícios do karatê. A partir da prática destas atividades, as pessoas com síndrome de Down têm possibilidades de ficarem mais aptas para outras atividades esportivas na comunidade, pelo fato de adquirirem maiores condições de movimentos, maior facilidade na aprendizagem de algumas habilidades de base do ser humano, como no caso da corrida, salto, e ganhos na coordenação em geral.

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